Maria, mãe de Jesus.

Maria, mãe de Jesus.

Como na última meditação disse estar lendo o livro de Lucas, então resolvi me aprofundar um pouco sobre a vida de Maria.

Sabemos que na Bíblia o significado do nome é muito importante, aqui vai  alguns nomes que foram mudados ou escolhidos por Deus (Abraão, Sara, Jacó, João Batista, Paulo, Pedro, Jesus…). Dentro do contexto bíblico não devemos menosprezar o nome, e por isso, não podemos deixar de lado o nome desta mulher: Maria (ou Miria). São o mesmo nome derivado do grego, do hebraico Miryãm, e Maria do latim, este nome tem por significado "obstinação, forte, a que se eleva”. Não sei se os seus pais colocaram este por causa de Miriam, irmã de Moisés, no entanto segundo as fontes esse era um nome comum entre o povo de Israel. Tendo isso em mente, antes de ler as linhas que virão abaixo, pare e pense: Qual a mentalidade que você tem de Maria? Como você acha que ela era, dentro das histórias que ouviu dela? Ou até mesmo das leituras que fez dela? Tire um minutinho para pensar sobre ela?

 E daí? Já pensou? Vamos então agora prosseguir na matéria.

 Sempre imaginei, em minha mente fértil, Maria sendo pobrezinha, frágil e indefesa, sempre escondida as sombras de outros, no entanto, aprofundando  um pouquinho em sua vida, com ajuda de alguns historiadores, vi uma mulher forte, cheia de convicção e entrega naquilo que ela cria. Venham comigo, vamos começar em Lucas no capítulo 1 as narrativas que seguem. A maioria das fontes diz que ela tinha a idade de 13 a 16 anos e já estava comprometida com José (para entendermos melhor, esse noivado era um compromisso juridicamente válido, podendo ser roto somente por divórcio), ela tinha total conhecimento do que implicaria em sua vida a partir do momento em que respondeu: “Sou  serva do Senhor, que aconteça comigo conforme a tua palavra" (Lucas 1:38). Ao contrário de Zacarias, no vers. 18 e 19, Maria não mostrou dúvida ou medo algum, pois esta situação causaria escândalo e seu contrato de casamento poderia ser anulado, poderia ser apedrejada, acabar com a reputação de sua família e de José (ler Deuteronômio 22:20 a 24 e Levítico 5:16 a 22). Após ler estes versículos que mostram como a Lei era aplicada, você ainda vê Maria como uma indefesa donzela?  Se Deus escolheu Maria é porque ela estava preparada, e ela tinha conhecimento de sua genealogia, na qual mulheres fortes e destemidas confiaram no Senhor, e elas foram protegidas e salvas por Ele, estas são descritas em Mateus 1:1 a 17 (Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba).

 Esta jovem mulher, ao ouvir algo que era impossível, fez uma pergunta de ordem prática. Como acontecerá isso, se sou virgem? Vs 34. A resposta vem:  "O  Espírito Santo, ele desceria sobre ela e o poder do altíssimo a envolveria". Agora ela toma conhecimento de verdades importantes sobre o Messias, seu filho seria a encarnação do Deus manifesto em carne.

 O Anjo Gabriel, para seu conforto, lhe informa que Isabel sua prima também foi visitada por ele e que conceberia um filho apesar da idade, mostrando que a esterilidade dela foi miraculosamente curada. Não somos informados o porque Maria foi visitar Isabel, se por evitar o escândalo que, com certeza surgiria quando sua gravidez fosse descoberta, ou, porque ela sabia que Isabel creria que o que estava sucedendo era  proveniente de Deus, Ao entrar na casa de Zacarias, iniciou a saudação a Isabel. Era uma visita inesperada, mas de imediato surpreendeu-se com a atitude da prima. A anfitriã quebrou o protocolo duas vezes: saudou a visitante em estilo mais solene e considerou a adolescente superior a si mesma, embora fosse mais velha que ela. Colocou-a no pedestal da fama e nos patamares mais dignos da feminilidade. E, por incrível que pareça, proclamou o filho dela como Senhor do mundo.Bendita é você entre as mulheres, e bendito é o filho que você dará à luz.” vs 42, vemos duas mulheres que temiam a Deus, mesmo numa sociedade onde a mulher não tinha acesso à Torá como hoje temos a facilidade da Bíblia em nossas mãos, elas demonstram conhecimento das profecias para seu povo e confiavam que elas seriam cumpridas. Podemos dizer o mesmo de nós nestes últimos dias?

 Seu poema não era um discurso sobre-humano, mas o retrato do milagre do conhecimento. Seu cântico mostra tal conhecimento,  pois está repleto de ecos do Antigo Testamento (1 Samuel 2:1 a 10; Salmo 138:6, 111:9, 98:1, 98:3, Gênesis 17:7). Seu ser está repleto de louvor,  louvor pela fidelidade de Deus para com Israel seu povo, pois ela confiava em seu Salvador.

 Amadas, quando oramos expressamos louvor pela Salvação que nos alcançou por Cristo O ungido de Deus, que nos fez, Filhos de Deus?

 Durante três meses as duas desfrutaram de uma comunhão de profunda intimidade, pode ser que Maria esperou o nascimento de João, por ser Isabel já idosa, ajudou-a na recuperação e então o momento de regressar e encontrar José chegará. Deus conhece nossos corações, nossas ações, nossos temores e sabia que o homem ideal, justo e temente a Deus para compartilhar e cuidar de  Maria seria José. Depois que conhecerá os planos de Deus e que essa criança era o próprio Jeová, visitando a terra  de modo a salvar o homem do poder do pecado, José passa a ser o pai adotivo, é devido a essa adoção que Jesus se tornou herdeiro legal ao trono de Davi. José se tornou esposo e pai.

Os dias construíram os meses. Maria teve uma gravidez de risco, marcada por rejeições, longas jornadas a pé. As dificuldades não param por aí,  após o decreto do governador, os dois por serem da linhagem de Davi, viajam cerca de 110 km de Nazaré a Belém em um jumento no seu último mês de gestação, vamos nos colocar em seu lugar, apenas alguns minutos, qual seria a minha e a sua reação naquele momento? Cansada da viagem, com dores de parto, uma caverna como quarto, com cheiro de animais, um comedor de berço… para tudo. Isso é ser bem aventurada? Não poderia as coisas serem mais fáceis? Vamos continuar reclamando de nossas vidas? Sim, a criança nasceu em um estábulo! Depois que a criança nasceu, um refrigério. Belém ficava a 8 quilômetros de Jerusalém e o casal queria ir até a velha cidade para apresentar seu bebê no templo. Neste momento ela recebe a profecia de Simeão (leia Luc 2:29 a 35). Parafraseando, teríamos:

"Maria seria a mãe mais privilegiada do mundo, beberia das fontes excelentes do prazer, descobriria todos os dias um bebê fascinante, um menino deslumbrante, um adolescente espetacular, entretanto, mais cedo ou tarde sofreria perdas irreparáveis. Amou-o até o impensável, mas o perderia pouco a pouco e, por fim, o veria perecer na cruz."

 O que mais diferenciava Maria de todos os demais seres humanos era sua intimidade surpreendente com o Deus em que ela acreditava. O Senhor viu que aquela jovem-mulher era totalmente capacitada, física, emocional e espiritualmente para suportar estas coisas. Ela era diferente dos religiosos do seu tempo, era tão íntima a ponto de dizer: “A minha alma engrandece ao Senhor". Para engrandece-lo, significa que ela dialogava dia e noite com ele de forma espontânea. O Deus de Maria era mais do que uma religião judaica formal, mas uma relação estreita entre uma filha e um pai. “Meu espírito exulta em Deus”, sugerindo prazer, e não culpa; encantamento, e não medo. Maria ousou proclamar: “De hoje em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada.” Ela proclamava que todas as gerações humanas, até o dia de hoje, a chamariam de feliz das felizes, mulher das mulheres, e com profunda humildade completa:  “Deus contemplou a humildade de sua serva.”, A sua compaixão se estende de geração em geração”, Exaltou os humildes e supriu abundantemente os famintos e despediu de mãos vazias os que se achavam ricos...” – Autoestima notável e humildade extraordinária, compaixão, tolerância, estas habilidades tão complexas habitavam na mente de Maria. Então, Lucas nos relata a profundidade de entendimento desta mulher: “… Ela guardava todas estas palavras, meditando em seu coração”.

 Poderia continuar escrevendo sobre ela, quem sabe um dia eu o faça, todavia, pararei por aqui, absorvendo um pouco mais desta persistente, firme e pertinaz mulher, que não se deixou convencer pelo medo, não se curvou diante às dificuldades, foi mãe, esposa, amiga, não viveu em palácios, teve uma vida comum, amou e devotou a sua vida ao seu Senhor. Mulher a qual é bem aventurada e em seu ventre carregou o Criador do universo.

 

 Com Amor,

Miriam Ometto