O sermão do monte.
Charles Gore
Ele estendeu a pergunta aos seus discípulos, e Pedro deu a grande resposta: Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo.” Logo, como suspirando aliviado, nosso Senhor volta-se para ele e o cumprimenta com a sua benção suprema e nele reconhece, pelo menos algo que pode ser deixado pronto.
Assim nosso Senhor explanou em sua própria prática o que aqui ensina. Ele queria que os homens cavassem até a rocha e ali construíssem seus edifícios espirituais, e a rocha é nada menos que sua própria pessoa e sua palavra. Ouvi-lo e ir embora sem assimilar seu pensamento pondo-o em prática, ser nominalmente cristão mas na realidade ser do mundo, isso é construir uma casa sobre a areia.
O teste para todos edifícios espirituais é a sua capacidade de resistir a tensão de experiências violentas e descontroladas. Essa é uma tremenda lição para uma época de execução rápida, uma época que se ressente da necessidade de trabalho subterrâneo e preparação silenciosa.
O fato sugere uma indagação grave a respeito da construção espiritual de nossa própria vida espiritual, e também a respeito de qualquer empreendimento espiritual em que possamos estar envolvidos. Cavamos o bastante e atingimos a rocha, ou preferimos resultados rápidos em vez de uma fundamentação solida? Consideramos as palavras de Cristo impossíveis de praticar , e assim nos contentamos com algo que não é ele? Se for esse o caso, nossa obra está condenada. Não durará. Não resistirá à chuva, ao vento e à tempestade.
Charles Gore (1853-1932), foi um dos maiores teólogos anglicano influentes do séculos 19, bispo de Oxford.